sexta-feira, 23 de abril de 2010

Operação investiga fraudes no metrô do DF


23/4/2010
O Globo

BRASÍLIA. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) realizou ontem operações de busca e apreensão na sede da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (MetrôDF) e na residência do presidente da empresa, José Gaspar de Souza, e de um diretor, José Dimas Simões Machado, para investigar suposta fraude em licitação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o metrô leve. A companhia, que faz parte do governo do DF, chegou a divulgar nota afirmando se tratar de suspeita infundada. Horas depois, porém, o governador Rogério Rosso (PMDB) determinou a demissão de José Gaspar e José Dimas, além de afastar um servidor do Metrô-DF.
   
Em nota, o Ministério Público diz que "há fortes indícios de fraude, com envolvimento de empregados públicos e das empresas que participaram da licitação".
O foco da operação é a elaboração do projeto básico da obra - que custará R$ 1,5 bilhão e pretende ligar o aeroporto à Asa Sul e à Asa Norte (trecho de 22 quilômetros). O metrô leve é parte dos preparativos de Brasília para a Copa de 2014. A operação de busca e apreensão foi feita em outros três endereços, além da sede do Metrô-DF e das residências dos dirigentes.
   
O projeto básico definiu a capacidade técnica exigida das empresas interessadas em participar da licitação, que foi concluída em 2008. Segundo o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), que era secretário de Transportes e só deixou o cargo este ano, o documento foi elaborado pelas empresas Altran e TCBR. Fraga saiu da secretaria por causa do ultimato do DEM, que expulsou José Roberto Arruda da legenda e não queria nenhum correligionário no governo, em meio ao escândalo que levou à prisão de Arruda e fez o vice Paulo Octávio renunciar.
   
Fraga disse ontem desconhecer o teor das acusações, mas garantiu a honestidade de José Gaspar: - Se há uma pessoa por quem boto a mão no fogo é pelo Gaspar, presidente do metrô.
   
Ao final, apenas dois consórcios apresentaram propostas.
   
O vencedor foi o consórcio Brastram, liderado pela Via Engenharia, em parceria com a Mendes Júnior Trading e Engenharia, a Alstom Brasil, e a TCBR - Tecnologia e Consultoria Brasileira. A Via não comentou o caso ontem. A Mendes Júnior disse que o assunto diz respeito ao projeto básico, ou seja, é anterior ao início da obra.
   
Justiça bloqueia bens de Leonardo Prudente Ao aceitar outra ação do Ministério Público, o juiz Álvaro Luís Ciarlini, da 2° Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), determinou ontem a indisponibilidade de todos os bens do ex-deputado Leonardo Prudente, que ficou conhecido por ser filmado guardando maços de dinheiro nas meias. Prudente é acusado de participar do esquema de cobrança de propinas do governo do DF, no chamado mensalão do DEM.
   
Ao pedir o bloqueio, o MP disse temer que Prudente "promova a ocultação dos bens e valores adquiridos de forma ilícita". Ex-presidente da Câmara Legislativa do DF, Leonardo Prudente renunciou ao cargo para evitar um processo de cassação.

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