terça-feira, 6 de abril de 2010

Metrô contesta dados da CGU



06/04/2010 16h00
Ao contrário do que divulgou a Controladoria Geral da União (CGU), não houve superfaturamento nas obras do Metrô-DF. A CGU se baseia em uma auditoria cujo relatório final contém dados imprecisos. Os auditores ignoraram fatores que compõem os preços finais de cada item analisado como a mão-de-obra de instalação de diversos equipamentos, a jornada de trabalho diferenciada dos operários – muitos trabalham a noite e nos finais de semana pois trata-se de uma obra urbana de alta complexidade.



Outro problema: o relatório equipara valores de materiais distintos. Em um dos itens, por exemplo, o suposto sobrepreço é apontado na comparação de um piso em cerâmica com um piso de pedra portuguesa, como se fossem o mesmo material e tivessem o mesmo valor.



Além disso, foram utilizadas tabelas de referências de preços cujos itens não são aplicáveis a obras metroviárias. Neste caso, o principal parâmetro adotado pela CGU foi a execução de obras habitacionais (Sinapi), que não demandam materiais, rotinas de construção, tecnologias executivas e instalações do porte de uma estação de metrô.



Diferentemente do que consta no relatório da CGU, a construção de uma estação de metrô não é uma obra comum, como faz parecer a equipe de fiscalização, ao afirmar que “as composições de preços unitários analisadas são comuns nas obras de construção civil”.



O Metrô-DF informa que enviou contestação detalhada dos todos os itens da planilha de preços à Companhia Brasileira de Trens Urbanos, ligada ao Ministério das Cidades, com cópia para a Procuradoria Geral da República, em 26 de fevereiro deste ano.



Até o momento, o Metrô-DF não foi informado sobre o andamento da análise desta contestação. Mesmo assim, a companhia entende que as informações divulgadas serão amplamente esclarecidas com a análise detida de tal expediente.



Nos últimos 19 anos, a construção do metrô de Brasília foi objeto de três convênios com o Governo Federal. Por isso, foi auditada pelo Tribunal de Contas da União e pelo Tribunal de Contas do DF sucessivas vezes. Nunca foram apontadas irregularidades em relação aos preços praticados neste contrato.



Em relação à compra dos 12 trens, o Metrô-DF considera precipitada a divulgação de informações acerca de uma análise que ainda não foi concluída. Informa ainda que respondeu todos os questionamentos apresentados pela CGU até o momento, sem ter obtido retorno.

 
Da redação do Jornal Alô Brasília / GDF

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